sábado, 29 de maio de 2010

A revitalização do culto de Apolo


Ritual neopagão de Apolo, 2007, Grécia. Além da importante presença simbólica de Apolo no mundo de hoje, já abordada na seção sobre seu mito, deve ser mencionada a recente ressurgência do seu culto efetivo através da proliferação de credos neopagãos na cultura Nova Era.

Já existe uma série de ritos estabelecidos para este novo culto de Apolo, e Vasilios Makrides nota que setores conservadores da Igreja Ortodoxa grega estão atualmente a denunciar um suposto projeto "oficial" de paganização da Grécia, tornado evidente para eles através da renovação do ensino da mitologia e da introdução de literatura neopagã nas escolas, da atribuição de nomes de deidades pagãs para ruas e parques públicos, da ereção de estátuas de Apolo e outros deuses na Academia de Atenas, da emissão de selos como efígies de deuses, da organização de festivais revivalistas em Delfos e da criação ali de um centro cultural internacional para a promoção do espírito délfico de cooperação internacional, apenas para citar algumas das medidas adotadas de fato pelas instâncias governamentais gregas.


Diversos pregadores ortodoxos têm protestado também contra a introdução de elementos pagãos nas Olimpíadas recentes, e já houve enfrentamentos violentos entre ambas as facções, que tiveram de ser administrados pelo poder público, o que parece provar que o Neopaganismo já se torna, na Grécia contemporânea, uma força social de significativa influência.


Tais cultos neopagãos fazem em linhas gerais uma crítica ao monoteísmo cristão-judaico e propõem uma ressacralização do mundo natural e uma reintegração do homem a ele de uma forma espontânea, desvestida de um dogmatismo religioso que julgam limitador da plena expressão da natureza humana como ela é e da percepção do divino em todo o mundo manifesto.


Para Alain de Benoit o Paganismo moderno prima pela tolerância e respeito pelas diferenças, e antes do que constituir um passadismo romântico ou uma utopia - apesar de muitas de suas manifestações atuais serem, para ele, ingênuas, quando não patéticas - se baseia numa concepção não-linear da história, numa escolha deliberada por uma vida mais autêntica, integrada e harmoniosa, num desejo de corrigir a oposição dualista entre homem e Deus que contamina o monoteísmo, trazendo o divino para o mundo do cotidiano, e aponta para a efetiva eternidade dos mitos e da vida que eles animam.


Aline Santos é Jornalista,Terapeuta Holística,Taróloga, Cabalista, Professora, Educadora Patrimonial, Escritora, Palestrante, e Pesquisadora de Ciências Ocultas, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
E-MAIL: arcanjo.azul@hotmail.com

Um comentário:

  1. Do que a Igreja Grega tem tanto medo? É no mínimo ridículo que ela se manifeste contra qualquer referência aos Deuses Olímpicos nas Olimpíadas, afinal esses jogos só existem pelo culto aos Deuses. Porque a democracia e o simples direito de escolha coloca tanto medo nas Igrejas e nessas organizações poderosas? Não queremos que o mundo todo vire neo pagão, queremos apenas o direito de sermos neo pagãos por opção, queremos o direito a nossa história e herança cultural que se encontram trancadas a sete chaves nas igrejas a mais de mil anos. Se os cristãos dizem que o deus deles deu o Livre-Arbítrio a todos os homens, que nos deixem em paz cultuarmos nossos deuses e nos servirmos desse tal Livre-Arbítrio.

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