sexta-feira, 28 de maio de 2010

Apolo

Apolo, ou Apollon, na língua original, pode ter vários significados, entre os quais "Destruidor" é o mais normalmente aceito. De fato, muitos indícios mostram que no princípio ele estava longe de ser o Deus da luz e da razão, quase como um Deus de paz e iluminação, como hoje é interpretado. Pelo contrário, ele "avança como a noite", com o seu arco e as suas setas letais, e espalha pragas, mata crianças e tem um poder de destruição incrível, só contrabalançado pelo seu enorme poder de criação e instituição.

Apolo é, provavelmente, de origem Anatólica ou do Norte, mas é quase certeza que não é originalmente Grego. Não figura no linear B e pensa-se que o seu culto se possa ter desenvolvido a partir de Chipre, embora ainda não esteja claro quando o seu culto se tornou tão íntimo com o de Artémis e de Leto. Apesar de estrangeiro, o seu culto espalhou-se por toda a Grécia, sendo um dos Deuses mais venerados, os seus centros de culto principais Delfos, centro cultural e Oracular da Grécia Antiga, e Delos, mercado central do Egeu.

O Deus aparece assim como a força unificadora dos Gregos, o senhor da adoração da beleza e da perfeição, o Deus distante, contrastando com o qual o homem se define e se conhece a si mesmo, o Deus que reina sobre tudo aquilo que identifica um grego enquanto grego e o Homem enquanto Homem. Por isso mesmo ele é chamado "o Líder" e "o Senhor".

Neste sentido ainda ele é o Deus das tribos e das famílias, dos laços entre as comunidades, o "Ancestral", Deus dos pastores, dos xamãs e, ao mesmo tempo, da civilização. Ele preside às reuniões das tribos e fratrias, nas quais se iniciavam novos rapazes e se admitiam novos membros. Torna-se assim o Deus da iniciação masculina, da transição entre a adolescência e a idade adulta e também entre a idade adulta e a velhice. Como Apolo Thanatos ele traz a morte e termina assim o ciclo de iniciações, a transição entre a vida e a morte.

Quando os gregos começaram a colonização e a relação com outros povos a necessidade de unificação foi reforçada e Apolo revela-se Deus da colonização e também dos estrangeiros. Ele torna-se o guia no mar, Deus dos golfinhos. Aqui ele é o Deus que institui tudo o que deve ser duradouro, ao mesmo tempo que na forma de guerreiro de espada dourada e arco prateado destrói aquilo que deve perecer.

A par desta sua faceta unificadora ele aparece como Deus dos poetas e das Musas, os quais unificaram e compilaram a cultura grega, deus das Artes e, agora, das Ciências. O Senhor do Sete sabe ser terrível, levantando-se todos os Deuses à sua passagem, mas quando pega na sua lira alegra o coração dos imortais, segurando na sua mão direita as Cárites.

Através da música e da dança ele purifica e é o Deus da purificação. A grande maioria dos seus festivais são festivais de purificação. Ao purificar o corpo ele é Paion, Deus da Cura, e Iatros, o Médico, cantando-se em sua honra os hinos Péan, hinos que purificam, curam e, ao mesmo tempo, induzem transe e comunicação com o divino. Com o Péan chamava-se Apolo de entre os Hiperbóreos, o seu povo.

O Deus unificador preside também às competições, elemento fulcral dos jogos Pan-Helênicos que definiam quem era e quem não era grego - ser grego significava participar nestes Jogos. Deus vencedor, ele é o senhor do Loureiro e da coroa de louros com que os vencedores dos jogos Pítios eram coroados.

Dizia-se que enquanto a sua mãe, Leto, estava grávida dele e de Artémis, a sua gêmea, o dragão feminino Píton a teria perseguido. Para se vingar, Apolo matou a serpente e tomou Delfos de assalto, tornando-o o seu Oráculo, a partir do qual adquiriu uma relação íntima com Zeus, sendo-lhe permitido revelar aos mortais a vontade do Deus Supremo. Também a partir daí inventou a purificação e punição pelo Homicídio, tornando-se protetor daqueles que querem mudar para melhor, independentemente do seu passado.

O Deus Profeta permanece, no entanto, o Deus dos oráculos ambíguos. Para os compreender o homem tem que se conhecer a si próprio e incubar-se até descobrir o seu eu e a verdade do mundo, pelo que Apolo torna-se, mais tarde, Deus da filosofia, que procura aperfeiçoar a mente e a alma, e também se torna Deus da busca da perfeição corporal.

No entanto, ele permanece distante, sendo através da sua luz e do seu arco distantes que o homem se identifica e reconhece. Ele é perfeito, absoluto e superior, mas com a sua luz ilumina e inspira o homem, sendo assim acaba por ser identificado com Hélios, o Sol, e o incorpora quase como uma parte de si.


Significado Moderno: Apolo é o Deus da luz e tudo aquilo que a ela está associado. Deus da razão, das artes, das ciências, da filosofia, o Líder das Musas é também o Deus da busca e da perfeição que nos ensina a sermos moderados e a aceitar que temos um lado negro e um lado luminoso.
Ele é o Deus profeta, o deus do conhecimento enciclopédico e também da compreensão, não no aspecto intelectual de Atena, mas no metafísico. Protetor de rapazes, Deus das iniciações, Deus das tribos e comunidades, Deus da Cura e da Peste, Senhor da Purificação, do culto do corpo e da mente, de viagens no mar e dos estrangeiros, Apolo é um dos Deuses com esfera de ação mais vasta.
Há que ter em conta que é um Deus distante, mas que ao mesmo tempo entra nas pessoas para comunicar através ou com elas de uma forma por vezes tão violenta que no mito é descrita como violação.

Modos de venerar: os rituais são sobretudo do formato Olímpico, mas as festas de iniciação com mortes simbólicas e elementos mais "negros" também lhe pertencem e agradam.
Iniciar uma jornada de auto-conhecimento, analizar os próprios valores e a vida, mas também ajudar instituições relacionadas com a saúde e com ajuda ao estrangeiro são formas originais de agradar ao Deus. Como Deus das artes, qualquer forma de arte lhe é passível de agradar.

Símbolos: coroa de louros, trípode, arco e setas, espada dourada, jovem nu, lira

Animais: corvo, leão, cisne, golfinho, veado, rena, cabra, rato, lobo, gafanhoto, cigarra, falcão

Outras ofertas: fitas douradas, Péan e outros hinos e várias formas de arte, cereais e primícias várias, Thargelos (pão ou papa de vários cereais), rituais de purificação, loureiro, vinho, leite, mel, jacintos, aloés, ciprestes, olíbano, instrumentos de divinação, objetos do estrangeiro, pedaços do cabelo


Aline Santos é Jornalista,Terapeuta Holística,Taróloga, Cabalista, Professora, Educadora Patrimonial, Escritora, Palestrante, e Pesquisadora de Ciências Ocultas, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
E-MAIL: arcanjo.azul@hotmail.com

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