sexta-feira, 9 de outubro de 2009

MITOLOGIA GREGA





ALINE SANTOS É Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Professora, Escritora, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
Email- arcanjo.azul@hotmail.com

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

UTOPIA – O SONHO HUMANO DE UM MUNDO MELHOR



Utopia significa sonho humano de um mundo melhor, busca de um lugar perfeito onde reina a felicidade.

Tudo que acontece no mundo exterior é puro pretexto para nos conduzir ao mundo interno, o reino de Manas ou da mente, onde tudo está, tudo é real e tudo tem significado e sentido definitivo e eterno.

O contrário, como já dissemos, é puro pretexto e ilusão. Nosso relacionamento com o mundo, em todas as fases evolutivas, sempre foi conflituoso, contraditório, crítico e reflexivo, efeito das dificuldades biológicas e psicológicas, inquietações, medos, angústias, dúvidas e incertezas.

É o processo natural de desilusão. Impossibilitados de romper esses limites, barreiras, para nós instransponíveis, apelamos para a adaptação, mecanismo maravilhoso da mente humana que nos faz suportar as mais terríveis provas do tempo presente e ainda nos projeta para as inúmeras possibilidades do tempo futuro.

No âmago do Espírito existe uma “mônada”, o princípio inteligente, uma centelha divina que vibra como marca microcósmica da Criação.

Na mente humana essa mônada se manifesta como um enorme vazio existencial, acomodado no plano biológico, porém insaciável no plano psicológico.

Em nosso íntimo esse vazio vibra na forma de uma insatisfação permanente, como se fosse um compromisso eterno com a nossa transformação.

É a utopia da Perfeição, a busca do modelo ideal e infalível que enxergamos no Criador.

Em todas as épocas construímos ou aderimos a utopias que despertaram em nós o interesse por uma vida diferente, promissora, contrária aos problemas das sociedades em que nos agrupamos e as limitações próprias do meio em que nascemos e nos desenvolvemos.

UTOPIA – O SONHO DA CAVERNA IDEAL


Na pré-história desenvolvemos a utopia da caverna permanente, refúgio ideal para a proteção do corpo, para saciar a fome, aquecer o frio e nos abrigar dos perigos da vida selvagem e da hostilidade da natureza, que naquela época nos parecia caótica.

A cavernas se sucediam umas às outras porque a necessidade de sobrevivência, limitada pela inteligência primitiva e visão estreita de mundo, nos impelia ao nomadismo, numa caminhada interminável, de incerteza, em busca de uma caverna definitiva, da qual não seríamos mais expulsos.

Com o advento do fogo e da agricultura , essa utopia da caverna se ampliou para a busca do domínio territorial , símbolo milenar da riqueza alimentar e da realização social.

Nas primeiras civilizações das culturas teológicas, sobretudo no Egito, surgiu a utopia do tempo eterno e da imortalidade, reflexo do horror que tínhamos da morte do corpo e do fim da existência.

As pirâmides de Gizé, símbolos exteriores dessa imortalidade era, na realidade esotérica, a metáfora da mente, cujas câmaras do tempo passado, presente e futuro, guardam os mais profundos sonhos de realização.

O culto aos mortos, as cerimônias funerárias, os túmulos monumentais, tudo isso representa psicologicamente a busca de respostas para os enigmas da morte.

Ainda não aprendemos a driblar fisicamente a morte, mas desenvolvemos experiências psicológicas, aprendendo a aceitar os limites físicos e crer na possibilidade da existência de mundos metafísicos.

Foi também nesse longo período da Antiguidade que, inspirados no espantoso avanço mental dos egípcios, que Moisés acreditou na utopia de Canaã, a terra prometida, atravessou o deserto da incerteza e conduziu seu povo para o caminho da lei e da fidelidade ao Deus Único.

Essa utopia tinha como fundamento o Decálogo, dez princípios do mundo moral perfeito da cultura judaica.

UTOPIA – O SONHO DA CAVERNA IDEAL PARTE II


Na Índia, decepcionado pelo choque dos extremos de luxo e miséria, o jovem príncipe Gautama Sidarta, o Budha, construiu a utopia do Nirvana, o supremo estado de consciência, cujo acesso seria possível pelos nove degraus da meditação e do controle do desejo.

Esvaziar a mente, fugir da ilusão e entregar-se ao poder da vontade era o caminho para o mundo feliz, sem dores e decepções.

Na mesma Índia, Krishna, o sábio e provável autor dos Vedas, já havia cantado nesses célebres poemas a epopéia da Criação Divina e do tempo interminável.


Na Pérsia, Zoroastro elaborou uma das primeiras utopias da regeneração, contida no Zend-Avesta, o paraíso que foi construído após uma longa batalha entre o Bem e o Mal, lugar reservado aos justos e escolhidos.


Os filósofos Lao-tsé e Confúcio, na China, criaram a utopia da Honestidade e da Paciência, poderosos sustentáculos da civilização indestrutível.


Na Grécia antiga, reduto de inúmeros filósofos e estadistas, onde imperava a razão e o pragmatismo, onde Deus se chamava Logos Spermátikos, Sócrates desafiou o sistema e a morte, falando da Pneuma, ou a possibilidade da Alma e do Mundo da Idéias, e Platão, seu discípulo mais querido, escreveu na “República” a utopia do Estado perfeito, a polis ideal.

Em Roma, provavelmente pela primeira vez, aparece a utopia de um Estado Mundial. O domínio do mundo, motivado pela ideal de força e honra, foram idealizados primeiramente no Marenostrum, o espaço geográfico conhecido e desejado na época de Cartago e, posteriormente, na política da Pax Romana, e representado na figura do Imperium, simbolizado politicamente por César.

O estado Mundial Romano só não foi viabilizado por causa das limitações tecnológicas da época e, pelas contradições inevitáveis do sistema militar-escravista. Para contrapor essa pretensão do supremo poder material, surge no próprio seio da dominação romana, de forma desconcertante, a utopia da igualdade e do amor ao próximo, idealizada pelo Cristianismo.

Nela um simples o rabino judeu, filho de carpinteiro, propunha a conquista do Reino de Deus, onde o braço poderoso de César jamais alcançaria.

O Reino não era desse mundo e recomendava o sacrifício da própria vida, caso a idéia da imortalidade fosse colocada em xeque.

Os martírios, projetados para supervalorizar a crueldade do materialismo romano, tiveram efeito contrário na mente dos expectadores dos famosos circos.

O ataque dos leões e as chamas que fulminavam os corpos despertavam na mente popular o remorso, a atração e a simpatia pela Boa Nova. Roma sucumbiu.

UTOPIA – O SONHO DA CAVERNA IDEAL PARTE III


Na Idade Média, no universo do feudalismo, ganha força a utopia do Céu, contra instabilidade dos bárbaros e a opressão do senhorio, o terror das pestes e epidemias, bem como as superstições tenebrosas do fim do mundo, do inferno e do Reino de Satanás.

Santo Agostinho descreve esse lugar como a Cidade de Deus, idéia que também fascina o monge Tomaso Campanella.

Na Península Arábica, o profeta Mohamed unifica o seu povo através da utopia do Islã, um Estado teocrático e expansionista.Na Renascença as utopias se multiplicam nas mãos geniais de Thomas Morus, de pintores e arquitetos italianos e holandeses.

Em pleno capitalismo mercantil, no auge da Era das Navegações e Descobrimentos, a utopia se volta para o Novo Mundo.Nos séculos 17 e 18, na Inglaterra e na França, ao criticar os desequilíbrios da sociedade de estamentos e o Estado Absolutista, os filósofos iluministas criam a utopia da Razão.


No século 19, por efeito dos desequilíbrios da Revolução Industrial, surge a utopia socialista de igualdade e harmonia, nas famosas colônias e falanstérios.Em pleno século XX o nazi-fascismo reviveu a antiga utopia espartana da eugenia através de regimes totalitários cruéis e belicistas.


E no mundo contemporâneo, depois de uma intensa onda de destruição ambiental e aniquilamento humano das duas guerras mundiais, volta à tona a utopia da Paz e da Harmonia, antigos sonhos que agora voltam a povoar a mente humana, ainda inquieta e em busca da sua caverna permanente.

São sonhos alimentados pela atuação pacifista do Mahatma Gandhi, com a utopia da Não Violência; do pastor Martin Luther King e Nelson Mandela, pela igualdade racial, pela utopia da contra-cultura dos jovens hippies do mundo inteiro, dos inúmeros conspiradores da Era de Aquário e milhões de militantes do verde e da Ecologia.

A caverna não é mais um lugar físico, mas a ânsia pela perfeição é mesma, agora rumo aos ilimitados confins da consciência.


É a utopia do Homem do Futuro.